Sobre o Pantanal MS

GEOGRAFIA DO PANTANAL

O Pantanal se situa no centro do continente sul-americano e faz parte da imensa bacia hidrográfica do Alto Rio Paraguai.

Trata-se de uma planície suavemente inclinada, das partes mais altas no seu nordeste para as mais baixas no oeste e sudoeste.

A sua formação, com altitudes médias abaixo dos 100 m., é o resultado da grande depressão côncava pré-andina da crosta terrestre, relacionada a movimentos orogénicos andinos no período Terciário.

O Pantanal é constituído por um enorme delta interior de rios, que durante a cheia anual ficam interligados pela inundação. A cheia ocorre de acordo com a época de chuva, entre Dezembro e Março, quando o Pantanal recebe as águas dos planaltos que o envolvem, principalmente ao Norte e Nordeste. Devido à baixa declividade desta planície no sentido Norte-Sul e Este-Oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai, chega a gastar meses para atravessar todo o Pantanal. Como o escoamento das águas é lento e a altitude da bacia extremamente baixa, o resultado é a típica inundação periódica anual do Pantanal.

Durante a cheia quando os rios transbordam, grandes quantidades de sedimentos naturais são trazidas pelas águas. Quando ao recuar das águas o solo seca, estes sedimentos altamente nutritivos servem de fertilizante para o solo, causando uma explosão de vida na mudança das estações. Assim, o ciclo das águas forma a base fundamental para a abundante flora e fauna e ajuda a preservar o seu próprio meio ambiente por dificultar a invasão do Pantanal pelo homem.

 

 

CARACTERÍSTICAS DO PANTANAL

O Pantanal muda de cenário a cada estação! A região, que é a maior planície alagável do mundo, é regida por ciclos de chuva e seca que interferem totalmente na paisagem. Portanto antes de embarcar é preciso decidir qual é a melhor época para os passeios que deseja e planejar sua viagem nas condições ideais.

Período de seca: de maio a setembro. A estiagem é a melhor época para ver os animais pantaneiros.

As chuvas cessam, a água que inundava a planície passa a ser cada vez mais escassa dando lugar ao campo e se concentra em pequenas poças onde os mamíferos saem em busca de alimento e se amontoam para matar a sede. As aves começam a estação de acasalamento e se encontram com uma plumagem exuberante para tentar conquistar um companheiro. As árvores perdem as folhas para economizar água e o que antes era uma paisagem verde e exuberante se torna marrom e árida.

É a melhor época para avistar a diversidade da vida selvagem que há nesse santuário ecológico, fazer safaris fotográficos, focagem noturna de animais, caminhadas ecológicas em busca de um contato mais próximo com a natureza, passeios para contemplar a vida no campo e manejo do gado.

O período também coincide com a florada dos ipês rosa e amarelos em meados de agosto, um dos eventos mais marcantes do ano onde a planície do Pantanal fica colorida por umas semanas.

Período das chuvas: de outubro a maio. Época das cheias, a beleza das águas salta os olhos dos visitantes.

Quando a paisagem está extremamente seca, começa a estação da cheia trazendo a água que renova a vida. As plantas, revigoradas, voltam a produzir folhas e tudo fica verde novamente. As aves, que se acasalaram durante a seca, se aproveitam da época de fartura para alimentar seus filhotes. As terras mais baixas são ocupadas completamente por um espelho d’água. Os mamíferos vão para lugares mais elevados, deixando os campos alagados para cegonhas, patos, jacarés e peixes que procuram por alimento entre as plantas aquáticas multicoloridas que começam a se desenvolver. É o período que mais caracteriza o pantanal.

Os barcos podem percorrer caminhos longos e rotas diferentes, os passeios a cavalo ou em veículo 4x4 se tornam mais emocionantes, e ainda admirar num passeio de canoa o pôr do sol pantaneiro que nessa estação se torna ainda mais bonito graças ao espelho formado pela água que inunda a planície (excelente para fotografias de paisagem).

O acesso as pousadas e hotéis da região é mais difícil durante essa época. Boa parte das estradas ficam alagadas e o transporte tem que ser feito em veículos especiais e em alguns lugares só se chega de barco ou avião particular.

  

 

FLORA DO PANTANAL

A vegetação do ecossistema do Pantanal não é uma formação homogênea típica, mas é formada por um mosaico de biomas de cinco das regiões vizinhas ; Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, e Chaco (paraguaio,argentino e boliviano) e é conhecida como Complexo do Pantanal.

Estudos recentes apontam para a identificação de mais de 1.600 espécies de plantas, sendo algumas endémicas ao Pantanal.

Existem padrões diferentes de flora de acordo com o solo e principalmente com a altitude, fator determinante para o grau e duração de submersão do solo e a sua vegetação durante a inundação periódica.

As terras mais altas não são inundadas e apresentam uma vegetação de cerrado ou de mata.

Nos campos baixos, inundados periodicamente durante a cheia, predominam as gramíneas e arbustos de pequeno porte.
Nas baías, que são lagoas temporárias ou permanentes, encontramos plantas aquáticas submersas ou flutuantes. Essas plantas são de fundamental importância para a sobrevivência da fauna aquática, que por sua vez forma a principal fonte de alimentação de grande parte da fauna terrestre.

 

 

FAUNA DO PANTANAL

A fauna do Pantanal é uma das mais ricas do planeta, tanto em variedade como em quantidade e a vegetação pouco densa do Pantanal acaba por beneficiar o visitante humano mais ainda em facilitar a visualização de toda esta vida selvagem.

A extraordinária biodiversidade do Pantanal inclui em torno de 660 espécies de aves, 100 espécies de mamíferos, 160 espécies de répteis, 40 espécies de anfíbios, mais de 260 espécies de peixes e números incalculáveis de espécies de insetos entre os quais se conhecem mais de 1.000 diferentes borboletas.

O Pantanal é um dos últimos refúgios para um grande número de mamíferos que outrora eram encontrados em abundância espalhados por toda a América de Sul, como a Onça Pintada, a Onça Parda, a Jaguatirica, o Lobo Guará, a Anta, o Tamanduá, a Ariranha, a Capivara, o Cervo e muitos outros.

Porém, por mais rico que seja o Pantanal em termos de mamíferos, quando falamos em aves entramos em outras dimensões. Para ornitólogos, o Pantanal se revela um verdadeiro paraíso onde grandes quantidades de pássaros das mais variadas espécies marcam a sua constante presença. A partir dos primeiros raios de luz no horizonte o Pantanal se enche de cantos dos pássaros, dos mais harmoniosos e afinados de uns aos gritos roucos de outros. Todos os tamanhos de aves são abundantemente representados no Pantanal, do minúsculo Beija-flor ao gigantesco e majestoso Tuiuiú, a ave símbolo do Pantanal.

Com mais de 200 espécies representadas, também os répteis e anfíbios garantem encontros constantes com os visitantes do Pantanal. Principalmente os Jacarés caraterizam as paisagens pantaneiras, tanto na água como fora dela. A mítica Sucuri, embora menos abundante que o Jacaré, se encontra com frequência nas margens dos rios e corichos e os mais atentos entre nós poderão descobrir as belas iguanas, camufladas e misturando-se com a folhagem das árvores.

Os peixes são representados por mais de 260 espécies, mas o que impressiona mais do que isso são as quantidades deles. Graças às inundações no Pantanal, as águas são ricas em nutrientes além de oferecerem condições extremamente favoráveis para a reprodução dos peixes. Não é de estranhar que eles formam a base alimentar para grande parte dos animais do Pantanal.

Outra fonte de alimento para enormes quantidades de animais são os insetos, representados por uma variedade inimaginável de espécies e na sua maioria pouco estudadas pela ciência ou simplesmente desconhecidas. Embora não tão visíveis quanto os pássaros, os insetos também se manifestam, principalmente a noite, com concertos da mais alta qualidade e em dueto com as rãs e os sapos. De dia, as mais de mil espécies de borboletas garantem a sua presença e no fim da época de cheia não é raro encontrar milhares deles num só olhar.

Independentemente do seu motivo para uma visita, seja científico, por algum interesse específico ou por simples amor à natureza, o Pantanal é sem dúvida um dos mais belos e privilegiados lugares do planeta para a observação da vida selvagem!

 

 

 

CLIMA/ TEMPO NO PANTANAL

O clima do Pantanal está relacionado às condições climáticas da Bacia do Alto Paraguai além de ser o resultado da sua localização geográfica tropical, entre 16 º e 22 ° de latitude Sul e 55 º e 58 º Oeste, seu relevo e a entrada ocasional de massas de ar frio vindas do Sul. O Pantanal apresenta temperaturas médias em torno de 26 ° C. O verão é o período mais quente e chuvoso. O inverno seco tem sua temperatura média ligeiramente mais baixa, mas fortes flutuações de temperatura são comuns no inverno e por isso as temperaturas podem subir muito acima ou descer muito abaixo da média com ocasionais extremos de bem abaixo dos 10 º C. Ocorrências destas se devem principalmente à facilidade na transferência de ar frio vindo dos pampas e à ausência de influências oceânicas. A precipitação média anual atinge 1.200 mm. com a principal ocorrência de chuvas entre Novembro e Março, meses em que o Pantanal recebe cerca de 70% da sua quota anual de chuvas.

O período de seca ocorre de Junho a Setembro e durante estes meses o Pantanal recebe uma média de apenas 10% de sua precipitação anual.

Qual a melhor época para visitar o Pantanal?

Esta é sempre uma questão difícil de responder. Tanto a cheia como a seca apresentam vantagens e desvantagens para o visitante humano. Para a observação da fauna num modo geral, a seca pode ser considerado a melhor época porque obriga a maioria dos animais a procurar as proximidades dos rios, onde então podemos as vezes encontrar grandes concentrações de animais. Na cheia, os animais se distribuem sobre toda a superfície do Pantanal por terem acesso a água por toda parte, o que pode dificultar um pouco a observação deles. Mesmo na cheia porém, podemos ver animais em abundância no Pantanal e as paisagens são sem dúvida ainda mais belas. Na seca podemos ter dificuldades em fazer passeios de barco, enquanto fazemos caminhadas por todo lado. Na cheia podemos navegar à vontade, mas podemos ter a vida dificultada para caminhar.

O ciclo das águas faz o Pantanal estar em constante mutação, com evidentes consequências para quem o visita. Por isso diríamos que a melhor época para visitar o Pantanal é aquela da maior conveniência para cada visitante.